Postado em 11/06/2025
Brasil recessão?
De acordo com análise do economista Otto Nogami, dois importantes indicadores divulgados no início deste mês reforçam a percepção de que o setor produtivo nacional enfrenta um período de retração. São eles a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, apurada pelo IBGE, e o Índice de Gerente de Compras (PMI), calculado pela S&P Global, ambos considerados termômetros relevantes da atividade econômica no país. O PMI, que mede o desempenho tanto da indústria quanto dos serviços, apresentou sinais claros de desaquecimento. No setor industrial, o índice caiu de 50,3 para 49,4 pontos. Nogami explica que qualquer pontuação abaixo da linha dos 50 pontos indica contração na atividade. Isso significa que, após um período de leve expansão, a indústria passou a registrar uma desaceleração concreta, apontando para um cenário de retração.
Já no setor de serviços, houve uma leve recuperação, com o indicador subindo de 48,9 para 49,6 pontos. Ainda assim, o patamar continua abaixo do nível que indicaria crescimento, o que evidencia que a melhora não foi suficiente para reverter o movimento de queda. Mesmo com essa oscilação positiva, o setor permanece em uma trajetória de contração. A combinação dos dois resultados forma o PMI composto, que também registrou queda: de 49,4 para 49,1 pontos. Esse dado sintetiza a dificuldade enfrentada pela economia como um todo, ao mostrar que os principais motores da atividade – indústria e serviços – seguem operando em um ritmo insuficiente para sustentar o crescimento. “Isso confirma que a economia como um todo está operando abaixo do necessário para garantir crescimento”, observa o economista.
Esse cenário é corroborado pelos dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo IBGE. Embora o mês de abril tenha registrado uma variação positiva de 0,1%, o desempenho não anula a trajetória de queda acumulada nos últimos 12 meses. O crescimento residual não se sustenta diante de um panorama mais amplo de desaceleração, evidenciando que a atividade industrial segue enfraquecida. A leitura dos dados dos quatro primeiros meses do ano, portanto, aponta para um início de 2025 marcado por retração nos setores que mais impactam o desempenho do Produto Interno Bruto. “Esses resultados vão se refletir diretamente no desempenho do PIB ao longo do ano. É urgente reverter esse ciclo para evitar um aprofundamento do efeito recessivo”, alerta Nogami. Apesar do cenário desafiador, o economista acredita que ainda há margem para reação nos próximos trimestres. Para isso, será fundamental adotar medidas que incentivem a retomada da atividade, restaurando a confiança de empresários e consumidores e criando condições para que a economia volte a crescer de forma sustentável. Assista:
Fonte: Indústria e serviços em queda! Brasil em recessão?