Postado em 23/01/2019
BREXIT: E agora?
BREXIT é o termo mais comum para designar a decisão do Reino Unido em se separar da União Europeia (UE), processo esse que se iniciou a partir de um referendo popular em 2016, quando 52% do eleitorado britânico votou por essa opção. A data para a sua efetivação está fixada para o dia 29 de março de 2019, mas, a perspectiva de que esse prazo não consiga ser cumprido é cada vez mais evidente, principalmente em função de um monumental retrocesso que ocorreu na semana passada: após consumir cerca de 17 meses de negociações com a Comunidade Europeia, a proposta da primeira-ministra inglesa Theresa May foi rejeitada por seu Parlamento, pelo placar de 432 votos contra 202.
Em meio à mais profunda crise política da história britânica desde 1945, essa escrachante derrota sofrida pela líder do governo trouxe, de volta, a possibilidade real de ocorrer uma das duas outras hipóteses de desfecho, outrora consideradas remotas, cujas consequências são ainda mais imprevisíveis e potencialmente catastróficas: a saída do bloco europeu sem um acordo (No Deal) ou a revogação da decisão do Reino Unido em se separar da UE. Porém, com o novo voto de confiança concedido pela Câmara dos Comuns à premier, o que garantiu sua permanência no cargo, ainda há esperança de que esse divórcio se realize mediante a um acordo negociado. De fato, May está empenhada para produzir e apresentar uma proposta alternativa de consenso, reiterando categoricamente, em suas declarações, a predisposição em se evitar o No Deal, bem como rechaçar a possibilidade de se cancelar o BREXIT, postura essa que, por ora, afasta o acirramento na crise política, fato esse que poderia, até mesmo, ameaçar a integridade da própria UE. De todo modo, num cenário coberto de muitas dúvidas e incertezas, uma única coisa parece certa: o debate sobre o tema ainda está muito longe de acabar, indefinição essa que, certamente, continuará a trazer diversos reflexos negativos em toda a economia global, inclusive para o Brasil.
Fonte: SIMPI