Postado em 03/06/2025
Economia mundial
O economista Roberto Luis Troster realizou uma análise sobre o cenário econômico internacional, dividindo o mundo em cinco partes: China, Europa, Estados Unidos, Argentina e os demais países. Segundo ele, essa divisão se justifica pelo fato de que China, Europa, Estados Unidos e Argentina respondem por mais de dois terços dos investimentos estrangeiros no Brasil, além de concentrarem a maior parte das exportações e importações brasileiras. Assim, o desempenho dessas economias influencia diretamente o comércio exterior e os investimentos no país. Troster iniciou sua análise pela China, cuja projeção de crescimento para o ano está em 4,4%, embora o governo chinês tenha estabelecido a meta de 5%. Ele apontou que o país enfrenta atualmente um excesso de capacidade ociosa, tanto na indústria quanto no setor de construção imobiliária. No entanto, destacou dois fatores que impulsionam o crescimento: o investimento na nova Rota da Seda, iniciativa que estimula o comércio exterior chinês com Europa, África e América do Sul, e o fortalecimento do consumo interno. Em relação à União Europeia, observou que as projeções indicam um crescimento superior a 2% neste ano. Ele também destacou a recente reunião entre a União Europeia e o Reino Unido, que busca agora estabelecer um tratado comercial com o bloco, após ter decidido pela saída. O economista interpretou esse movimento como um indicativo da importância da integração econômica entre os países europeus. Nos Estados Unidos, mencionou uma mudança na política econômica, marcada pela adoção de tarifas e outras medidas. Apesar dessas iniciativas, as projeções indicam um crescimento negativo de 0,1% neste ano, caracterizando uma recessão. Segundo ele, as políticas implementadas não conseguiram alterar a trajetória de desaceleração econômica. Sobre a Argentina, destacou que o país passa por um processo de transformação econômica. As projeções apontam para um crescimento de 5,7% neste ano e de 4,7% no próximo. Ele observou que, no caso argentino, o corte de gastos públicos foi acompanhado de crescimento econômico e redução da inflação, além de viabilizar a implementação de reformas. De acordo com ele, embora o futuro permaneça incerto e as projeções possam ser revistas, o processo de mudança vem impulsionando a atividade econômica. Por fim, analisou as perspectivas para o Brasil, que apresenta uma projeção de crescimento entre 1,9% e 2,5% para este ano, com maior probabilidade de alcançar o patamar mais elevado dessa faixa. No entanto, ele ponderou que, dada a capacidade econômica do país, esse crescimento é inferior ao seu potencial, considerando as oportunidades que o Brasil possui para expandir sua economia de forma mais expressiva. Assista:
Fonte: Economia mundial e reflexos no Brasil