Influência global nas decisões econômicas brasileiras: EUA, China e Japão em foco

Postado em 02/10/2024


Influência global nas decisões econômicas brasileiras: EUA, China e Japão em foco

Influência global decisões EUA, China e Japão

 

 

EUA, China e Japão
Foto: FreePik

Três aspectos centrais devem ser considerados ao se analisar o cenário econômico global e suas perspectivas futuras, especialmente em relação à economia brasileira. Otto Nogami, economista, explica que o primeiro deles envolve o papel do FED, o Banco Central dos Estados Unidos. Atualmente, o FED tem oscilado entre aumentar ou reduzir a taxa de juros, uma medida diretamente ligada à sua percepção sobre a inflação e a atividade econômica. Quando a inflação caminha em direção à meta e a economia mostra sinais de retração, o FED tende a reduzir as taxas de juros. Essa decisão, no entanto, tem repercussões globais, afetando também a economia brasileira, dada a interconexão entre os mercados. O segundo aspecto diz respeito à China, cuja economia tem enfrentado desafios recessivos. Em resposta, o governo chinês lançou dois programas com o objetivo de estimular o crescimento econômico. O primeiro visa incentivar o consumo das famílias, aumentando assim o Produto Interno Bruto (PIB). O segundo programa busca estimular a aquisição de imóveis residenciais, em um esforço para reduzir o estoque de habitações no país. No entanto, a recessão na China tem impacto direto na economia brasileira, já que o Brasil é um grande exportador de soja e minério de ferro para o país asiático. Dessa forma, a desaceleração chinesa afeta negativamente as exportações brasileiras. O terceiro elemento é o Japão, que também enfrenta um dilema em relação à sua política de juros. O Banco do Japão tem mantido a taxa de juros em 0,25%, apesar das pressões recessivas. A decisão japonesa é crucial, pois a valorização ou desvalorização da moeda chinesa está, em parte, ligada ao equilíbrio entre as taxas de juros do Japão e dos Estados Unidos. Recentemente, o Banco Central do Brasil, por meio da ata de sua última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), expressou preocupação com o cenário mundial, destacando a influência de países como Estados Unidos, China e Japão. As futuras decisões de política monetária desses países serão fatores determinantes para a definição das diretrizes econômicas no Brasil, incluindo a manutenção ou queda da taxa de juros. Portanto, o futuro da política monetária brasileira dependerá não apenas dos fatores internos, mas também do desdobramento das políticas econômicas internacionais.

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